Quais são os Hábitos
que Estão mais Relacionados
ao Aumento da Incidência de Câncer?
“O Hábito é a Segunda Natureza”
– Blaise Pascal
filósofo nascido em 1623
A epidemiologia fornece evidencias de que uma grande parte dos cânceres humanos pode ser evitada: 80 a 90% das causas de câncer são atribuídas a fatores ambientais. “Ambiente” é o termo usado para designar uma ampla gama de fatores que vão desde os geográficos até os comportamentais, excluindo fatores genéticos. Observe no gráfico a relação entre fatores ambientais e ocorrência de câncer:
Um hábito ou costume é a repetição constante e uniforme de uma prática social. Existem hábitos e costumes imprescindíveis para a vida dentro de uma sociedade, como a língua, um modo específico de se vestir ou de se comportar. Também existem costumes advindos de uma cultura familiar, por exemplo a forma como os pais ensinam a criança a se alimentar, ou a fazer sua higiene. Cada indivíduo pode ou não incorporar ao seu modo de vida os modismos disseminados por campanhas publicitárias, costumes de seu grupo ou classe social e até os ensinamentos de seus pais. Os hábitos e costumes que se estabelecem desde cedo na vida das pessoas podem determinar a qualidade de vida e risco à saúde no futuro.
Como mostrado no gráfico acima, alguns estilos de vida expõem o indivíduo a fatores de risco de desenvolver câncer. Por exemplo: Uma dieta rica em gordura e pobre em frutas e legumes é um fator de risco. Uso habitual de cigarros e bebidas alcoólicas também é fator de risco. Agentes biológicos causadores de infecções, bactérias e vírus, por exemplo o Papiloma Vírus (HPV), que está relacionado a 70% dos casos de câncer de colo de útero. Comportamento sexual irresponsável, como o não uso de camisinha, expõe o indivíduo a uma série de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) inclusive o HIV e o HPV. Exposição a agentes físicos como o sol intenso – ligado ao desenvolvimento de câncer de pele – principalmente em certos horários do dia. Aditivos alimentares, produtos industriais e poluição advindos de um processo de industrialização e consumo de massa. Uso continuado de hormônios, por exemplo, o início precoce e continuado de pílulas anticoncepcionais está ligado ao risco de câncer de mama. Falta de atividade física predispõe vários tipos de doença.
Conclui-se através disso que a maneira a qual você escolhe viver sua vida, fazendo sua opção por vive-la de forma saudável ou não, terá consequências futuras. As pessoas que têm hábito de beber, ou de fumar, ou maneiras inadequadas de se alimentar, sabem que vão estar mais cedo ou mais tarde envolvidas com um maior risco de desenvolver doenças relacionadas a isso – inclusive o câncer.
Uma vez consciente de que seus hábitos são fundamentais para a sua saúde e qualidade de vida – de que sua saúde depende de você, não depende do médico, da medicina, da biologia ou da farmacologia – é necessário fazer uma opção: escolher viver de forma saudável ou continuar comportamentos autodestrutivos e sofrer suas conseqüências. E não adianta mudar o estilo de vida por um mês e achar que os resultados virão: os resultados não vêm de imediato. Viver de forma saudável tem que ser uma postura de vida, uma vontade determinante ao longo de uma vida inteira, “uma repetição constante e uniforme de uma prática social”, ou seja, um hábito. Saúde tem que ser um hábito.
Hoje as lógicas de mercado, do marketing, da indústria farmacêutica, do consumo fabricam e divulgam a ideia “libertária” que você pode viver da maneira que quiser pois haverá sempre um medicamento na prateleira da farmácia, ou uma ação médica ou mesmo uma invenção científica que lhe restituirá sua saúde. Isso não é verdade, não é assim que funciona. A realidade é que sua saúde depende de você, dos seus costumes e estilo de vida. O fundamental é evitar, prevenir e não remediar.